quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Universitária Negra da UFSCar Denuncia Violência Contra Mulher

AGREDIU?! VAI SER EXPOSTO SIM!
DIGA NÃO A NATURALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.



Segue o relato anônimo de estudante da UFSCar, compartilhem e ajudem a proteger nossas mulheres!

"Há uma ano atrás estava eu em um festival aqui em São Carlos dançando e curtindo boa música quando conheci um “maluco”, esses caras que gostam de andar pela BR, vender artesanatos e destruir corações... Comecei um relacionamento com ele que durou cerca de um mês e meio. As promessas que escutava era de um conforto, de uma amor que era doentio e possessivo, uma viagem inesquecível para lugares onde eu gostaria muito de conhecer. No começo percebi um certo comportamento agressivo e possessivo, mas não me incomodei(olha o que a carência nos faz!). Um dia ele chegou muito bêbado em casa(no aloja) e começou a discutir comigo, me xingando e me ofendendo de todas as ofensas que uma mulher negra infelizmente deve ter ouvido na vida.Estupidamente me forçava a fazer sexo anal, eu dizia que não, e por dizer não á ele, feri o orgulho e ele quis me ferir com uma faca. Quando disse que iria sair procurar ajuda ele me prendeu no quarto e disse que dalí não sairia, nem mesmo amarrado. Ele passou a noite dormindo no chão e eu no colchão sem conseguir pregar os olhos, pois a qualquer momento poderia nem mais acordar. No outro dia, pela manhã, fui a delegacia e prestei queixa contra ameaça, por se tratar de pessoa sem endereço fixo eles nada podia fazer, a não ser que ele me ameaçasse novamente na rua eu estivesse com o BO e assim chamaria a polícia para me socorrer. Estou deixando o meu relato para alertar as pessoas da Universidade Federal de São Carlos e fora dela que não confiem nesse cara que atende pelo apelido de DOM, e gosta muito de tratar bem as mulheres lhe oferecendo presentinhos, fumar um beckizinho com os “novos camaradas” e se oferecer para pernoitar em alguma casa. Ele fica sempre pelo RU e no PQ na área sul. Gente por favor fiquem de olho, e qualquer coisa que souberem compartilhem e comentem, pois eu estou realmente assustada, vou ficar segura em casa de amigos que me acompanharão para eu nunca estar sozinha. Obrigada."

Obs: A autora não quis se identificar por questões de segurança.


 Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil registrou, entre 2009 e 2011, 16,9 mil feminicídios, ou seja, mortes de mulheres decorrentes de conflito de gênero, crimes geralmente cometidos por parceiros íntimos ou ex-parceiros das vítimas.

As mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Ou seja, mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos.

Outro fato revelado pela pesquisa é que as mulheres negras e pobres são as principais vítimas da violência. No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul.



Acesse a pesquisa na integra do IPEA
Para denuncia de violência contra a MULHER DISQUE: 180

sábado, 1 de novembro de 2014

Agora é Preciso Eleger a Juventude Negra como Prioridade

Por Danilo Lima

          Com o fim do processo eleitoral que culminou na definição do projeto politico do Partido dos Trabalhadores como a escolha dos Brasileiros, cabe pensar os efeitos desse processo de forma objetiva na vida das pessoas, em especial aqueles mais vulneráveis na estrutura social, ou seja, o que uma vitória apertada contra uma candidatura de direita e o aumento da bancada conservadora no congresso pode significar para as minorias?

          É comum encontrar opiniões, expressas nas redes sociais, que afirmam ser o principal desafio da presidenta eleita fazer a reforma política ou controlar a economia. Mas o que essas questões significam para aqueles que não três sequer assegurado o direito mais básico, o direito de viver? Assim, o principal desafio de qualquer governo é acabar com a violência contra juventude pobre, preta e periférica. Até porque preto(a) morto(a) não vota, preto(a) morto(a) não consome.




          Compreendendo que: se não houver o direito a vida não ha consequentemente possibilidade de haver nenhum outro direto. Um dos problemas mais graves do Brasil consiste em eliminar o processo denunciado pelo movimento negro como genocídio da juventude negra. Em que, de 2002 a 2012, foram mortos por causa violenta, segundo o Mapa da Violência (2014), 41.127 negros, e 14.928 brancos o que evidência uma seletividade racial majoritária no perfil das vitimas. 

          Os dados podem ser agravados com o aumento da chamada “bancada da bala” no congresso federal. Pois, os índices alarmantes de letalidade contra a juventude negra decorrem parte do fato de jovens negros serem tratados presumivelmente como bandidos pelas policias nas varias periferias do país e, em parte pela tradição truculenta das instituições militares, na qual, se combate violência com violência, em vez de se construírem efetivas alternativas humanizadas e cidadãs. Disso decorre que o Brasil possa figurar nas primeiras posições no ranking mundial da violência policial.




          Resta saber qual será o “poder de fogo da bancada da bala” contra ou a favor da juventude negra brasileira, visto que a Câmara Federal continuará sub-representada partindo do critério racial e de faixa etária, pois dos 513 deputados apenas 20% são negros e do total de eleitos menos de 5% é de jovens até 29 anos.

          O grande desfio que está posto para vencer a violência se refere justamente ao modo de operação das policia militar, os chamados “autos de resistência”, que são utilizados pelas Polícias Militares do país para justificar a morte de suspeitos por razão de suposta, legitima defesa do policial militar.

          Neste sentido, o policial militar que realizar uma ação letal, ou seja, que matar um cidadão pode alegar autodefesa, registrando a ocorrência como “resistência a ação policial” e, nesse caso a esmagadora maioria dos casos de homicídios são arquivados sem maiores investigações ou o que é mais grave sem a obrigatoriedade de se estabelecer a verdade por meio da apuração dos fatos ocorridos.

          O encarceramento em massa resolve? É claro que não! Não basta tirar um individuo do convívio social se ele ou ela não tiverem subsídios para ser socializado (a) e quanto a isso ficam as indagações: Qual será o potencial de ressocialização das penitenciarias brasileiras? E, qual o potencial das nossas escolas para formar cidadãos?

          É preciso avançar contra a criminalidade e não contra a juventude, preta, pobre e periférica. É preciso, certamente, fomentar o crescimento econômico e realizar as reformas que o país precisa, mas para tanto ainda se faz necessário ampliar o investimento em políticas sociais, inclusivas, afirmativas e redistributivas que ofereçam a todos os brasileiros as mesmas oportunidades.